A CBF divulgou nos últimos dias que os clubes brasileiros arrecadaram R$ 287 milhões com a venda de 670 jogadores na última janela de transferências internacionais. Lista esta que não consta o nome do Botafogo. Pela segunda temporada consecutiva, o Alvinegro passa em branco no maior período para a exportação de atletas, entre 10 de janeiro e 2 de abril, e vê seu orçamento apertar ainda mais em um ano assumidamente considerado de “vacas magras” em General Severiano.

Na gestão de Carlos Eduardo Pereira, o Botafogo sequer tinha o hábito de colocar previsões de vendas de jogadores no orçamento. Porém, precisando aumentar as receitas, a diretoria calculou na estimativa para 2018 um lucro de R$ 20 milhões com negociações de direitos econômicos – sendo R$ 15 na primeira janela e R$ 5 na segunda. Com sondagens, mas sem propostas, o clube se vê pressionado a conseguir a quantia total no segundo semestre para fechar o ano vigente no azul.

Igor Rabello vem sendo sondado constantemente por europeus (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

Igor Rabello vem sendo sondado constantemente por europeus (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

A última venda do Botafogo foi em julho de 2016, quando negociou Ribamar, na época aos 19 anos, com o TSV Munique 1860, da Segunda Divisão da Alemanha, por ‎€ 2,5 milhões (aproximadamente R$ 9 milhões) – o atacante, porém, não se adaptou no país e foi repatriado pelo Atlético-PR na temporada passada. Os maiores ativos no elenco alvinegro atualmente são: Igor Rabello, de 22 anos, e Matheus Fernandes, de 19, que podem acabar saindo entre julho e agosto.

Titular absoluto, o zagueiro vem sendo procurado frequentemente por clubes europeus nas últimas janelas. O Botafogo inclusive já recusou € 3 milhões (cerca de R$ 11,2 milhões) oferecidos pela Udinese, da Itália, e uma oferta de empréstimo do Spartak Moscou, da Rússia. A multa do defensor para o exterior é de € 10 milhões (cerca de R$ 38,8 milhões). Enquanto o volante, com multa de R$ 131 milhões, vinha sendo monitorado desde a seleção sub-20 por um agente do Barcelona.

Matheus é um dos maiores ativos do clube, com multa de R$ 131 mi (Foto: Vitor Silva/SSpress/Botafogo)

Matheus é um dos maiores ativos do clube, com multa de R$ 131 mi (Foto: Vitor Silva/SSpress/Botafogo)

Opções de aumento da receita falham

Além da venda de jogadores, o Botafogo previa aumentar suas receitas em 2018 com outras alternativas, mas nenhuma ainda proporcionou um adicional de verba significativa aos cofres:

  • Aumentar o patrocínio da Caixa Econômica Federal: com a estatal diminuindo o aporte financeiro no esporte de um modo geral em 2018, o Botafogo conseguiu renovar seu patrocínio master, mas no máximo manteve o valor de R$ 10 milhões por ano;
  • Aumentar os eventos no Nilton Santos: a diretoria tem conseguido colocar o estádio no circuito de shows musicais no Rio de Janeiro, além de alugar para partidas esporádicas dos rivais. Porém, o aporte financeiro que aliviaria o caixa seria o pacote de jogos que vinha sendo negociado com a dupla Fla-Flu, mas não andou.
  • Aumentar o número de sócios-torcedores: o Botafogo chegou a ter 37 mil sócios em 2017, mas o programa vem em um declínio de inscrições desde a reta final do ano passado, quando o time perdeu a vaga na Libertadores. Atualmente, são cerca de 29 mil participantes;
  • Começar a explorar comercialmente espaços do novo CT: com o atraso na regularização do terreno do Espaço Lonier, o adiamento do início das obras e a previsão de ter o centro de treinamento à disposição só em 2019, o clube ainda não poderá comercializar suas novas instalações em 2018, como por exemplo placas nos treinos.

Fonte: Globoesportes

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